domingo, 25 de janeiro de 2009

Despersonalização


Great!

Há uns meses tudo na minha vida estava como num dilúvio. Meus pensamentos me atormentavam, porque eram muitos e todos bem rápidos. Eu já não sabia em quê acreditava ou não. O que era certo ou errado na minha concepção. O que era bom ou ruim. O fato é que, de tanto pensar, acabei chegando a um nível insuportável de ideias.
Tudo isso me trouxe dois lados (como sempre): o bom e o ruim.
O lado bom é que me sentia diferente e, de alguma forma, meus pensamentos de suicídio cessaram.
Por outro lado, isso me trouxe uma nova sensação. Uma que eu jamais experimentei e sequer sabia que existia: a sensação de irrealidade perante o mundo. A despersonalização.

Bom, obviamente eu não soube de imediato que isso tinha um nome, ou que outras pessoas também vivenciassem. Só fui descobrir três dias atrás vendo a propaganda de um filme que iria passar no People & Arts. Foi tudo tão rápido, mas deu tempo de me identificar com aquela história e foi aí que anotei o nome da tal "coisa" para que pudesse pesquisar depois.

Pesquisei.

A princípio na Wikipedia, mas logo fui ao Orkut ver se havia alguma comunidade à respeito. Havia. E para minha surpresa, com mais de 250 pessoas. Bom, é um número considerável visto que eu nem fazia ideia que isso existisse, que não era eu que estava enlouquecendo.

"A despersonalização é a sensação de extranheza e falta de realidade de si mesmo. Enquanto sintoma psiquiátrico não é rotineiramente estudada, a não ser quanto a participação em outros transtornos psiquiátricos, como por exemplo, os de ansiedade, depressão e conversão. Se caracteriza por alteração persistente ou recorrente na percepção de si mesmo, como a experiência de sentir-se separado do próprio corpo, de agir mecanicamente ou de estar num sonho."

É isso, hoje em dia eu "vivo", mas sempre com essa sensação de sonho. É aquela coisa de quando você está sonhando, mas tem consciência de que é um sonho e sabe que nada ali é real. A diferença é que eu sei que é real, mas mesmo assim tudo parece longinquo. Até mesmo estar escrevendo tudo isso não parece verdadeiro. Eu não pareço de verdade. Minha mãe não parece de verdade. Nada parece.

De início, quando ainda não sabia do que se tratava, achava isso uma droga. Eu queria poder "sentir" o mundo ao meu redor novamente. Só via os pontos negativos. Mas depois de encontrar a tal comunidade, descobri os pontos positivos. E são muitos. Vi que possuo algumas habilidades que antes considerava normal e achava estranho as outras pessoas também não conseguirem sentir. Mas vi que isso não é comum. Tudo o que sou capaz de perceber, sentir e captar ao meu redor, não é comum. E isso me faz sentir especial, me faz sentir que posso ser grande, chegar a níveis de existência inacreditáveis.

E não, não falo de "poderes" extraordinários. Nada a ver.
Falo de percepção de mundo mesmo.

É bem verdade que às vezes sinto falta de quando eu podia sentir as coisas como todo mundo, mas depois de descobrir tudo isso, não sei se quero voltar à normalidade. Me parece muito chato.

E aí, você é real? :)

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Rebeldia inexorável

Talvez o título seja até redundante vendo por um lado.

Minha professora de Português hoje me disse que eu não dou risada. Estou sempre de mal-humor. Me chamou de rebelde.
É um tipo de coisa que te acontece, mas que você só formula uma boa resposta algum tempo depois, quando o momento já passou.

Será que é obrigatório sorrir? Essa história de viver miseravelmente mas estar sempre de bem com a vida não cola. É fácil quando não é na sua pele.
E quando digo "miseravelmente" não me refiro à materialismo. Vivo com conforto, estudo em boa escola, mas vivo uma vida miserável sim. Uma vida sem qualquer preenchimento, uma falta de prazer nas coisas, uma preguiça de viver.

"Preguiça" até de explicar a essas criaturas que não existe apenas um mundo: das pessoas felizes. Mas que existe outro sim, bem turbulento e desesperador.
Mas, adiantaria explicar?

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Felicidade fugaz

Dizia Drummond: "A dor é inevitável. O sofrimento é opcional...". Estaria o grande poeta falando de amor, perda...? Seja do que for, toda informação é passível de interpretação. Quero dizer, no quesito sofrimento interno, ou em outras palavras, depressão; infelicidade; vazio interior, isso não é e nem pode ser tratado de forma tão simplista.

Antes de ontem, tive um dia maravilhoso, como há muito não vivenciava. Estava feliz! O verbo não está em itálico por ênfase no passado, senão porque não se é feliz, mas sim se está feliz. Como você se sente em outros momentos é apenas o jeito "normal" de ser. Mas enfim, como ia dizendo, me sentia muito bem em tal dia, porém como sempre soube, era algo fugaz, não passava de uma simples ilusão. Mais uma.

Uma simples palavra, olhar ou gesto, podem fazer desmoronar o dia, ainda mais quando você é suscetível. E mais uma vez me ocorreu. Bastou uma palavra para que o mundo desabasse outra vez. Talvez nem tenha sido intencional. Talvez qualquer outra pessoa diria que ficar mal por uma coisa tão boba é frescura, mas são ignorantes. Apenas ignorantes dando sua mísera opinião sobre algo que nunca lhes passou e talvez nunca lhes passará na vida.

O caso é que estou escrevendo agora apenas para atualizar, não estava com muita vontade. Aliás, vontade é uma coisa que tem feito bastante falta na minha vida.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Iniciando.

São poucos os que sabem iniciar decentemente um blog. Não fujo à regra. Não faço a mínima idéia de como posso começá-lo, mas, como podem ver, não se trata de um blog de piadas ou qualquer coisa do tipo. Quero dizer, quisera eu que minha vida se tratasse duma piada (de felicidade), mas não posso. Não consigo.

Na próxima postagem trago algo de coerente. Ou não.